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Os diferentes espaços na Escola e o desenvolvimento infantil

Por, Silvia Heringer e Naiana Ortiz Boeno

Matéria Publicada em: 13/06/2017

As diferentes vivências lúdicas oportunizadas nos mais variados ambientes, internos e externos da escola, são ferramentas indispensáveis para o desenvolvimento infantil, pois sabe-se que para a criança a atividade mais completa para seu crescimento gira em torno do brincar. E é através da brincadeira que a criança é inserida no meio sociocultural dos adultos; constituindo-se como um ser social, pelo modo de assimilação e recriação da realidade.

Sabemos que a apropriação do conhecimento infantil se dá desde os primeiros anos de vida. Nesse sentido, a escola busca encontrar meios e (re) criar múltiplos espaços com brinquedos e brincadeiras que contribuam de maneira favorável esse desenvolvimento da criança em sua complexidade. Já os espaços que se constituem dentro no âmbito da escola infantil devem preparados para criança e com a criança, respeitando o direito que ela tem de buscar construir a sua autonomia, sua identidade e o seu próprio conhecimento. Nesse contexto, cabe aos educadores o papel de reconhecedor da função da criança nesses diferentes espaços, com a intensa participação, tanto no que diz respeito à escuta pedagógica, como também ser um observador e mediador, no qual tem muito a planejar, intervir e proporcionar as mais diferentes vivências às crianças envolvidas.

A organização deste espaço deve ser pensada tendo como princípio o oferecimento de um lugar acolhedor e prazeroso para a criança, isto é, um lugar onde as crianças possam brincar, criar e recriar suas brincadeiras sentindo-se assim estimuladas e independentes.

De acordo com Horn (2004, p. 28):

É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções [...] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado.

Ao brincar nos diferentes espaços oportunizados pela escola infantil, a criança passa a ter conhecimento de si mesma e, ao relacionar-se com o meio e com seus pares, ela passa a ter os papéis sociais evidenciados, tendo em vista o prazer em brincar, remetendo essa criança a um tipo de conhecimento da realidade e permitindo-lhe a apropriação da representação, dentre os quais, contribuem para a construção do conhecimento e também da personalidade.

Cabe colocar a importância da organização dos espaços de acordo com as diferentes faixas etárias das crianças que freqüentam a escola, propondo desafios cognitivos e motores que auxiliarão no avanço de suas potencialidades. Eles devem promover a identidade pessoal, o desenvolvimento de competências, dar a oportunidade de crescimento, passar segurança e confiança e também promover oportunidades para o convívio social, além de estimular os sentidos, essenciais para a aprendizagem infantil.

O estudo e o aperfeiçoamento dos mais variados espaços na escola visam a vivência da infância em sua singularidade, buscando atender as mais variadas necessidades infantis, tais como: adquirir novos conhecimentos, habilidades, pensamentos e entendimentos coerentes e lógicos. Assim, as crianças criarão suas próprias brincadeiras, interagindo com todos que as rodeiam.

Sendo assim, os mais variados espaços internos e externos estão sendo pensados na Escola Municipal Infantil Casa da Criança; em que se busca construir ambientes ricos, aconchegantes, que retratem a identidade das crianças, povoado de objetos disponíveis e acessíveis, para que as mesmas tenham a oportunidade de compartilhar significados durante o seu brincar.

Dessa forma, se prima pela preocupação com a promoção da interação entre criança / criança, criança / educador, bem como dar a devida importância aos momentos em que as crianças preferem brincar sozinhas, pois só assim se respeitará a individualidade das mesmas. Portanto, proporcionar a elas lúdicos espaços para desenvolver-se, torna-se imprescindível na constituição de uma escola de qualidade.

Silvia Heringer – diretora da EMI Casa da Criança

Naiana Ortiz Boeno - coordenadora pedagógica da EMI Casa da Criança

HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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