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Ijuiense Jonatan Diniz, o Pity, segue preso na Venezuela

Jonatan Moisés Diniz, 31 anos, foi acusado de promover atividades contra o governo de Nícolas Maduro, quando distribuía alimentos e bens para moradores de rua.

Matéria Publicada em: 03/01/2018
Jonatan Moisés Diniz, o Pity, segue preso na Venezuela. Foto: Divulgação.

Nesta quarta-feira (3) completam seis dias da prisão do brasileiro Jonatan Moisés Diniz, o “Pity”.

O gaúcho de Ijuí/RS, 31 anos, foi detido no dia 28 de dezembro pelas forças de segurança da Venezuela, no Estado de Vargas.

Segundo a agência oficial de notícias do governo, ele é acusado de manter atividades desestabilizadoras contra o regime de Nicolás Maduro.

Além de Jonatan, foram presos outros três venezuelanos. Eles fariam parte da Organização Não Governamental Time to Change the Earth (“tempo de mudar a Terra”, na tradução em português).

Para o governo, a entidade seria uma “organização criminosa com tentáculos internacionais”, que distribuiria alimentos e bens a moradores de rua com o objetivo de obter recursos em moeda nacional com vistas a promover ações contra o governo.

Fontes brasileiras dizem que Pity foi à Venezuela para ajudar moradores de rua e crianças em vulnerabilidade social. Pity e voluntários venezuelanos deixavam o Natal mais feliz de centenas de crianças carentes de Caracas, distribuindo brinquedos e alimentos, quando foram presos.

Pity foi ainda criança morar em Balneário Camboriú /SC, onde reside sua família. Atualmente reside na Califórnia, nos EUA. Dedicado à causa social já atuou em vários países sempre levando carinho e realizando campanhas para atender a quem mais precisa.

Negociações

O governo brasileiro tenta, por meio do Ministério das Relações Exteriores, negociar a libertação de Jonatan.

O Itamaraty informou que o consulado do Brasil em Caracas mantém tratativas com o governo venezuelano “para prestar a assistência consular cabível”, mas explicou que não divulgaria informações pessoais “em respeito à privacidade do brasileiro”.

A interlocução é feita pelo corpo diplomático que permaneceu no país, uma vez que nenhum dos dois chanceleres estão no exercício de suas funções.

No dia 23, a Assembleia Nacional Venezuelana declarou o embaixador Ruy Pereira pessoa não grata, o equivalente no campo diplomático a uma expulsão, por considerar que houve uma ruptura constitucional com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

Em resposta, o governo brasileiro adotou a mesma medida no dia 26 do mesmo mês em relação ao principal dirigente da representação venezuelana, Girard Antônio Maldonado.

Doações e críticas

Em seu perfil no Facebook, Jonatan Diniz publicou diversos pedidos de doações para a organização, que seriam revertidas para ações de caridade a crianças de baixa renda.

Ele morava nos Estados Unidos, mas viajava à Venezuela para essas iniciativas. Antes, residiu alguns meses em Quito, no Equador, e autuou com a produção de vídeos para um canal no YouTube.

Em uma publicação de 19 de junho, Diniz critica o governo Maduro.

A Venezuela chega a seu dia número 80 de luta nas ruas contra a ditadura. O governo, ao invés de comprar medicamentos para seu povo morrendo nos hospitais e de fome pelas ruas, acaba de gastar mais dinheiro em tanques de guerra para usar contra seu próprio povo que luta por sua liberdade”, comentou.

ONG

A ONG Time to Change the Earth não tem website. Suas contas no Facebook e Instagram foram criadas há alguns meses.

A página no Facebook começou a ter publicações no dia 26 de novembro de 2017, sem nenhuma mensagem além de logomarcas.

A entidade se define como uma organização que “conecta outras ONGs do mundo distribuindo comida, medicamentos, brinquedos e uma filosofia de vida nova”.

No Instagram, a conta também é recente, com 24 posts, repetindo os chamados para doações. O repasse dos recursos era feito por meio de um número do mensageiro Whatsapp, e não por meios de pagamento, normalmente usados por outras entidades assistenciais.

Família

O pai de Jonatan, Luiz Francisco Diniz, divulgou diversas mensagens nas redes sociais pedindo às autoridades providências sobre o caso.

Jonatan e sua família pedem ajuda: liberte esse brasileiro”.

A mãe do brasileiro, Renata Diniz, disse em entrevistas à imprensa que acredita na libertação por considerar que não há motivo para a prisão.

Fonte: EBC – Agência Brasil

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