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Vidas vazias, vidas falsas. Vidas virtuais (surreais?)

Por, Guilherme Kuhn - Advogado Criminalista e graduando em Psicologia.

Matéria Publicada em: 11/01/2019

O Instragram, nos últimos tempos, tornou-se um forte mecanismo de interação social. O Facebook, hodiernamente, resume-se a política: os de esquerda atacam os de direita; os de direita, atacam os de esquerda. Chatos, chatos e chatos. O Facebook está insuportável. Ou melhor dizendo, o Facebook não tem culpa: as pessoas é que estão.

“Meninos vestem azul; meninas rosa e vice-versa”. “Menos um CPF”. “#Lulanacadeia”. “#Lulalivre”. “#Bolsomito”, etc etc etc. Blablabla. Mimimimi. Coisa chata!

Mas o “Insta”, entretanto, tornou-se uma forte ferramenta de “balizamento” de “felicidade”. Vidas falsas. Uma pessoa é feliz se ganha muitos “likes”; sente-se deprimida, todavia, se não tem a mesma popularidade que outras pessoas. Deixa-se de viver, perde-se momentos de vida, esquecendo-se que a vida se resume a instantes! E por quê? Deixa-se de apreciar, com os próprios olhos, os fenômenos da vida para, assim, poder filmá-los, postar na história e apreciar virtualmente.

Dá-se preferência aos celulares, numa roda de amigos, ou até mesmo entre familiares, para registrar momentos que não se vivem, mas se gravam. Ninguém se fala, mas todos interagem na rede social.

Esquece-se que o bem maior que temos é o tempo! E perde-se o tempo, a interação entre as pessoas, para olhar “memes”… Conversas pessoais esparsas, onde ninguém presta atenção em ninguém e o diálogo ocorre com um retardamento impressionante; aulas vazias de espíritos: os alunos passam grande parte do tempo no celular, olhando coisas inúteis ou preocupados em gerenciar suas falsas vidas virtuais.

O parâmetro para a felicidade tornou-se o outro. “Estou feliz onde estou, até olhar uma foto do outro, num local onde não estou, mas ele está e eu gostaria de estar”. Pronto. Não estou mais feliz. “Estou bem, até olhar a foto de uma outra pessoa, com um corpo escultural, que eu gostaria de ter, mas não tenho, então sinto-me mal.” “Não recebo o mesmo número de ‘directs’ do que o outro. Será que é porque não gostam de mim?”

“Não me sinto uma pessoa bonita, portanto, utilizo de diversos aplicativos para maquiar quem eu verdadeiramente sou para que, assim, eu possa me parecer com aquelas pessoas bem apreciadas socialmente.”

Vidas falsas. Cuidado com as vidas falsas, com graves consequências psicológicas. Ame-se em primeiro lugar. Seja o seu melhor amigo. Grande parte das “vidas” retratadas no Instagram, ou em qualquer rede social, são falsas, forjadas. Você não precisa se comparar com ninguém para ser feliz. Basta ser você mesmo.

Por que escrevo esse texto? Porque vejo muitas pessoas se auto-penalizando, auto-sabotando-se, menosprezando-se e diminuindo-se, porquanto frustradas com a maldita vida virtual.

Esse “negócio” - a vida virtual - não importa para nada. Não esqueçam que a única vida que se vive é a real.

Precisamos falar sobre. Pessoas estão adoecendo (ansiedade, depressão, dependência etc.)

Guilherme Kuhn

Advogado Criminalista e graduando em Psicologia.

Seiko DDD