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A (in)segurança do usuário digital em tempos de #10yearschallenge

Por, Danielli R. Scarantti | Advogada e professora mestra em direito nos cursos de graduação e pós-graduação da SETREM.

Matéria Publicada em: 18/01/2019

Você aceitou o desafio dos 10 anos e agora está preocupado com as notícias alarmantes de que o famoso #10yearschallenge é uma armadilha tecnológica para treinar algoritmos em reconhecimento facial? Essa pergunta invadiu o país inteiro e deu origem a um panorama que está causando medo em muitas pessoas. Logo, o tema merece uma análise minudente.

Não é de hoje que as redes sociais promovem uma série de “brincadeiras” com os dados dos usuários. Uma das mais recentes foi o desafio - que ainda ninguém sabe como surgiu - de postar uma foto atual e compará-la com outra foto 10 anos mais antiga. O que está por trás disso nós ainda não sabemos, mas o que podemos ter certeza é de que o Facebook armazenou essas fotos postadas.

Mais do que isso, ele armazenou essas fotos e todas as outras que você já publicou, pois ao fazer o cadastrado no Facebook o usuário concorda com os Termos de Serviço. Segundo tal documento, a pessoa que utiliza essa rede social também permite que a referida empresa copie e partilhe suas fotos com outras pessoas e que ela acesse suas mensagens e curtidas, por exemplo.

Desse modo, o Facebook não tem apenas suas fotos de “2009 e 2019”, ele tem suas fotos desde que você criou seu perfil na rede social. E é importante ter atenção, pois ele não passa a armazenar somente as fotos que você aparece, como também as fotos que você postou com seus amigos, familiares e conhecidos.

Portanto, se o desejo do Facebook for investir no reconhecimento facial, ele já possui uma boa base de dados desde que você criou sua conta. Será mesmo que ele precisaria promover um desafio dessa natureza para alimentar dados? De qualquer forma é imprescindível ter cuidado com as marcas deixadas ao navegar pela internet, pois a tecnologia evolui constantemente (tanto para o “bem” quanto para o “mal”) e ela não pode ser freada.

Danielli R. Scarantti

Advogada e professora mestra em direito nos cursos de graduação e pós-graduação da SETREM.

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