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NOTA - Delegado responsável pelo inquérito da morte de Policial Rodoviário de Cruz Alta

Caros! Tendo em vista a notícia da condenação de um policial militar, pela morte do Policial Rodoviário Náurio Adão Garcia Viana, bem como a nota da defesa de Leomar Rempel, solicito a gentileza de publicar a nota que segue:

Matéria Publicada em: 14/11/2019
Delegado de Polícia Civil Josuel Muniz. Foto: Arquivo Ijuí News.

Caros!

Tendo em vista a notícia¹ da condenação de um policial militar, pela morte do Policial Rodoviário Náurio Adão Garcia Viana, bem como a nota da defesa² de Leomar Rempel, solicito a gentileza de publicar a nota abaixo:

Na íntegra

“Na manhã do dia 21 de agosto de 2017, uma segunda-feira, o cidadão, pai de família e policial militar Sgt. Viana saiu de casa para servir e proteger, como era sua rotina há quase trinta anos. Na mesma hora, o delinquente Leomar Rempel saía de casa para cometer crimes, como era habitual em sua vida. Depois de invadir um domicílio em Santo Ângelo/RS, apontar um revólver para uma senhora e rendê-la, o criminoso amarrou suas mãos e pernas, subtraindo, na sequência, objetos, armas de fogo e um veículo, vindo a fugir para Cruz Alta/RS. Diante da notícia do roubo e da rota de fuga, a Polícia Rodoviária de Cruz Alta montou uma barreira, a fim de prender o bandido. Este, ao ver a barreira policial, jogou o carro roubado, em alta velocidade, contra os PMs, gerando natural reação de legítima defesa, mediante disparos de arma de fogo, porém, por um destes disparos atingiu, acidentalmente, o Sgt. Viana, conforme se concluiu posteriormente. Naquele momento o marginal conseguiu fugir, enquanto que o exemplar policial tombou em serviço, no cumprimento do seu dever. Iniciaram-se as investigações, onde logrou-se êxito na identificação de Leomar Rempel como o indivíduo que cometera o assalto à residência em Santo Ângelo/RS e que estava no veículo que violara a barreira policial em Cruz Alta. Devido à complexidade do caso, várias diligências foram necessárias, inclusive a reprodução simulada dos fatos (“reconstituição”). Findados os trabalhos investigativos, tanto o inquérito da Polícia Civil quanto o Inquérito Policial Militar concluíram que NÃO fora Leomar Rempel o autor da morte do Sgt. Viana, sendo um colega da vítima indiciado por homicídio culposo, no âmbito do Código Penal Militar. Na sequência, o Ministério Público da comarca de Cruz Alta acolheu a conclusão da Polícia Civil e declinou da competência ao Ministério Público Militar. Este concordou com as conclusões do inquérito da Polícia Civil e também com a investigação da Brigada Militar, denunciando o Policial Militar responsável pelo disparo que vitimou o Sgt. Viana, cujo desfecho foi a condenação, pela Justiça Militar Estadual, conforme noticiado por este prestigiado Portal.
Vale lembrar que, tanto o inquérito da Polícia Civil quanto o Inquérito Policial Militar foram os responsáveis pelo esclarecimento do caso. Também é de bom alvitre recordar que, embora, segundo os peritos do IGP/RS, teoricamente seja possível uma pessoa guiar um veículo e efetuar disparos ao mesmo tempo, no caso, NÃO foi o que ocorreu. Em suma, o trabalho isento e técnico das polícias permitiu ao criminoso responder somente pelos crimes praticados, evitando-se injustiças. Nada além do esperado, afinal, as Polícias não são parte nas investigações e processos, aliás, são instituições imparciais, mesmo quando o responsável pelo crime é um integrante dos seus quadros, como o caso em tela comprova.
De outra banda, criar uma “narrativa” que tente vitimizar o delinquente Leomar Rempel, é um delírio quixotesco que não encontra amparo na realidade. Tentar fazê-lo uma “vítima da sociedade”, uma “vítima do sistema opressor”, é absurdo, uma vez que o delinquente habitual em comento NÃO foi indiciado pela morte do Sgt. Viana, simplesmente pelo fato de que não fora ele o autor do disparo que ceifou a vida da vítima, consoante conclusão dos inquéritos, tanto da Polícia Civil quanto da Brigada Militar. Na mesma esteira, romantizar bandidos é sintoma de miséria espiritual.
Por fim, no palco da vida cada qual escolhe o seu papel. O meu, assim como o do Sgt. Viana, é o de SERVIR E PROTEGER. Já o de Leomar Rempel é cometer crimes.
 
Josuel Muniz
Delegado de Polícia

 

Seiko DDD