Vaja na íntegra a nota do advogado criminalista Guilherme Kuhn - defensor de um dos investigados
Sobre a reportagem do fantástico envolvendo o Hospital de Caridade de Ijuí - HCI, na qualidade de Advogado de um dos investigados, devo dizer que:
1. Não tenho dúvidas de que pessoas bem intencionadas, éticas, trabalhadoras e honestas foram vítimas de uma quadrilha criminosa que vendia medicamentos roubados com a roupagem licitude (maquiando a procedência criminosa);
2. Em respeito ao Poder Judiciário, que determinou segredo de justiça, me manifestarei - ao menos por ora - somente nos autos do Inquérito Policial, tendo o respeito que a Investigação não teve ao divulgar informações, detalhes, circunstâncias e, inclusive, a imagem de algumas pessoas na mídia, devassando e abalando a imagem, a honra, o respeito e o apreço social de muitas pessoas que são honestas, especialmente de meu cliente;
3. O viés da investigação está equivocado, o que será demonstrado com trabalho, respeito, ética e cautela, nos autos do Inquérito Policial;
4. Em respeito à determinação do Poder Judiciário, de tramitação em segredo de justiça, repisa-se: esta Defesa, ao contrário do que as Autoridades Policiais estão fazendo, não se manifestará na mídia (ressalvada eventual necessidade de direito de resposta), senão somente nos autos da investigação;
5. Muitos detalhes, circunstâncias e contextos serão esclarecidos, com a juntada de provas importantes, o que há de confirmar a inocência de meu cliente;
6. Por experiência, quando a Investigação recorre à mídia, ao clamor popular, é porque os fatos estão dúbios, controversos e existe evidente carência de provas, justamente para criar uma pressão popular onde não há nada.
Parafraseando o Advogado Elias Mattar Assad, esta tendência de apelo midiático é uma tendência de Pilatos, segundo a qual, onde e quando o povo aplaude, tudo pode.
Isso não ocorrerá. Não pode acontecer. Não passarão!
Guilherme Kuhn, Advogado Criminalista
OAB-RS n. 109.755