1- O que é Doação de órgãos?
Doação de Órgãos é um ato nobre que pode salvar vidas. Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam de doação. É preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão. Hoje é um desconhecido, mas amanhã pode ser com algum amigo, parente próximo ou até mesmo você. Doar Órgãos é doar vida.
2- O que é Morte Encefálica?
A morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções encefálicas (cerebrais), definida pela cessação das funções corticais e de tronco encefálico, portanto, é a morte de uma pessoa. Em comum, as diversas causas têm como mecanismo o aumento da pressão intracraniana, que determina a impossibilidade de fluxo sanguíneo cerebral. Sem sangue não há oxigênio ou glicose e a vida não pode ser preservada.
3- Como é realizado o diagnóstico de Morte Encefálica?
O diagnóstico é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Em 2017, o CFM retirou a exigência do médico especialista em neurologia para o diagnóstico de morte encefálica, assunto amplamente debatido e acordado com as entidades médicas. Deste modo, a constatação de morte encefálica deverá ser realizada por médicos com capacitação especifica, seguindo o protocolo estabelecido. Para o diagnóstico de morte encefálica, são utilizados critérios precisos, padronizados e passiveis de serem realizados em todo o território nacional.
4- Quero ser doador de órgãos. O que fazer?
Se você quer ser doador de órgãos, primeiramente avise sua família. Os principais passos para doar órgãos são: para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo de ser doador e deixar claro que eles, seus familiares, devem autorizar a doação de órgãos. No Brasil, a doação de órgãos só será realizada após autorização familiar. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela central de transplantes da secretaria de saúde de cada estado e controlada pelo sistema nacional de transplantes (SNT).
5- Quais são os tipos de Doador?
Existem dois tipos de doador. 1) o primeiro é doador vivo: Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau, conjugues podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial. 2) O segundo tipo é o doador falecido: são pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como Traumatismo Craniano ou AVE (Acidente Vascular Encefálico).
6- Qual tempo de isquemia de cada órgão?
O tempo de isquemia é o tempo de retirada de um órgão e transplante deste em outra pessoa. O tempo de isquemia aceitável para cada órgão a ser considerado para transplante. Coração: 04 horas; Pulmão: 04hs a 06hs; Rim: 48hs; Fígado: 12 horas; Pâncreas: 12 horas.
7- Após a doação, o corpo do doador fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.
8- Podemos escolher o receptor?
Na doação em vida sim, desde que atendida a legislação vigente. Para a doação após a morte, nem o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre o próximo da lista única de espera de cada órgão ou tecido, dentro da área de abrangência da Central de Notificação, captação e distribuição de órgãos e tecidos (CNCDO) do seu local.
9- Quando uma pessoa entra em coma, torna-se um potencial doador?
Não. O coma é um processo reversível. Morte Encefálica, como o próprio nome afirma, é irreversível. Uma pessoa somente torna-se potencial doador após o diagnóstico de morte encefálica e autorização da doação dos órgãos pela família.
10- Qual é o custo da doação para os familiares do doador?
Nenhum. A família do doador não paga nada e tampouco recebe qualquer pagamento pela doação. A doação é um ato humanitário, que pode beneficiar qualquer pessoa, sem distinção de sexo, credo, raça, etc.
11- Existem casos que possam ser priorizados na lista de espera?
Sim, algumas condições clínicas do paciente permitem o acesso mais rápido ao transplante, como as situações de extrema gravidade. Exemplos destas situações emergenciais é a impossibilidade total de acesso rápido para dialise, no caso de doentes renais; a insuficiência hepática aguda grave, para doentes de fígado; necessidade de assistência circulatória, para pacientes cardiopatas; e rejeições recentes de transplantados.
12- Quais tecidos podem ser doados?
Podem ser doados os tecidos oculares como córnea e esclera, e também pele, ossos, cartilagens, tecidos cardiovasculares como valvas cardíacas, vasos, entre outros.
13- Sua religião proíbe a doação de órgãos?
Todas as organizações religiosas aprovam a doação de órgãos e tecidos e a consideram um ato de caridade.
14- Como meu familiar está morto se o coração está batendo e ele está respirando?
São questões distintas, porem com o mesmo fundo. Os batimentos do coração são sustentados por automatismo próprios do órgão e ajustados por medicamentos administrados ao paciente. Já a ventilação e totalmente artificial, significando que o paciente não respira e é ventilado por ventilador mecânico. Todos os indivíduos em morte encefálica são incapazes de respirar.
15- Quais órgãos podem ser doados?
Coração, pulmões, fígado, pâncreas, os rins e o intestino. A doação de cada órgão depende tanto das condições clinicas do doador quanto da existência de receptores em lista para o órgão doado.
16- Quem pode assinar a autorização a doação?
A autorização para a doação de órgãos e tecidos ´pode ser assinada por familiares até o segundo grau. Ou seja, se eu sou o doador, minha autorização pode ser feita por meus avós, filhos, netos, e também pelo cônjuge. Para menores de 18 anos, é necessária a autorização de pai e mãe. Quaisquer outras situações requerem autorização da justiça.
17- Como funciona a lista de espera?
A lista de espera obedece a critérios de compatibilidade sanguínea e genética, seguida da gravidade da doença e por último a data de inscrição do paciente. Assim, estabelece justiça na distribuição de órgãos, uma vez que estes serão primeiramente ofertados para os pacientes compatíveis e mais graves.
Texto original publicado na página do Facebook do HCI
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