O desenvolvimento cerebral ligado à aprendizagem é um processo que ocorre na formação dos circuitos neurais, formados pela ligação dos neurônios, uma cadeia de fios chamados de sinapses.
A partir do nascimento, a criança apresenta o dobro de sinapses em relação ao adulto, e a medida que vai crescendo e recebendo estímulos, vai desenvolvendo áreas que permanecem ativas e as outras, que não recebem estímulos, permanecem inativas.
As sinapses estimuladas se tornam importantes para a criança, fazendo com que sejam criadas memórias e proporcionando, quando bem trabalhadas, a sagacidade do sistema cerebral para várias competências e habilidades. Porém, à medida que a criança vai crescendo, o cérebro percebe a necessidade de fazer uma faxina naqueles neurônios que não foram utilizados e eles são, portanto, descartados do sistema.
Este processo de descarte de neurônios não estimulados, ocorre algumas vezes no processo de crescimento da criança, mas de forma mais intensa isto acontece na primeira infância, nas idades entre 1 ano e meio aos 7 anos, umas três vezes durante este intervalo.
Por isso, torna-se muito importante que os pais façam uso de todas as formas que sirvam de estimulação na vida da criança, as quais devem acontecer, na verdade, desde a sua concepção no ventre materno, fazendo leituras de histórias, colocando músicas, dialogando com o bebê.
E mais intensamente, após o nascimento, quando torna-se muito importante para o desenvolvimento de novas habilidades e a manutenção das já adquiridas, principalmente estimulando o uso delas em atividades diárias, de forma constante e em inúmeras e diferentes situações, para não perder a capacidade de manter as sinapses irrigadas e aptas para proporcionar um potencial alto de desenvolvimento e desempenho.
Liane Maria Fiorim Comerlato - Neuropsicopedagoga
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