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A Pequena Coisa Gigantesca

Por, Silvana de Carvalho Sippert | Professora da Rede Municipal de Ijuí

Matéria Publicada em: 05/11/2020

                   (Silvana de Carvalho Sippert)

Nem sempre damos o devido valor ao que acontece à nossa volta, e a impressão que temos é que a vida passa num piscar de olhos... Amizades de uma vida toda se separam, estudamos, constituímos família, os filhos crescem muito rápido, pessoas queridas vão embora (algumas para sempre).

A vida corriqueira acaba nos deixando no “piloto automático” e esquecemos que a verdadeira felicidade não está no destino, e sim no trajeto. Então... é hora de desacelerar...

Mas em meio a tudo isso, o que poderia ser pequeno em tamanho, mas grande em importância?

Assim, diante deste questionamento, como educadora que sou, fui buscar respostas no livro de literatura infantil de Beatrice Alemagna (ilustradora e autora italiana) “A pequena coisa gigantesca”, na busca de algo que nem sempre sabemos reconhecer.

Alguns encontram em cheiros, olhares ou abraços. Outros encontram na chuva ou na brisa do vento. Para outros, passa desapercebido entre as mãos ou esconde-se numa lágrima... Há quem tente conseguir com dinheiro e até guardar numa caixa. Alguns tem medo, se afastam, fecham portas e constroem muros.

Para mim, a família, os amigos e a saúde são as coisas que mais damos valor, mas não são pequenas coisas que possam ser grandes... são grandes em sua essência...sempre.

E, em meio a situação que estamos vivendo, lembrei-me das inúmeras vezes em que os beija-flores adentraram em minha cozinha e, debatendo-se com suas pequenas asas no vidro, sem conseguir sair, foi que percebi que uma pequena coisa gigantesca, é sem dúvida, a liberdade. Hoje estamos privados dela, não podemos passear com a família, nem rever os amigos e precisamos cuidar - e muito - da saúde.

Há uma crença que diz se você receber a visita de um beija-flor significa que as almas das pessoas que morreram e permanecem em seu coração vieram lhe visitar e mostrar que estão bem.

Então, cada vez que surge um beija-flor em minha casa e não pode sair, é preciso todo o cuidado para devolvê-lo a liberdade, pois suas asas são muito frágeis; elas foram feitas apenas para se aproximar das flores mais delicadas sem mover suas pétalas.

Assim, aprendamos a dar valor as pequenas coisas. São elas que mais arrancam sorriso de nossos rostos.

Silvana de Carvalho Sippert

Professora da rede municipal de Ijuí

Escola Infantil Mª Barriquello

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