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Natureza: brinquedo bom, bonito e barato (galeria de imagens)

Artigo da professora da Rede Pública do Município de Ijuí, Silvana de Carvalho Sippert.

Matéria Publicada em: 16/12/2021
Artigo da professora da Rede Pública do Município de Ijuí, Silvana de Carvalho Sippert.

Com o corpo, a criança, desde cedo, explora o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno. Ele é quem conduz às interações e a brincadeira, pois através dele, e com ele, as crianças experimentam, pesquisam, dialogam, descobrem...

Esse foi o ponto de partida para a elaboração das vivências planejadas e desenvolvidas nas turmas de Maternal 2 da Escola Infantil Maria Barriquello ao longo deste ano, tendo como foco a natureza e o brincar.

Dessa forma, para compreendermos a importância da criança brincar com e na natureza, é preciso reconhecer que somos seres naturais e lúdicos, e que agimos de forma brincante, na maioria das vezes, sob influência externa.

Brincar na natureza proporciona à criança inúmeras investigações. “Pensar a educação de crianças sem associar a este grande cenário livre e gratuito, cheio de significado simbólico é desmerecer todo um conviver sensível da constituição da vida humana.” (Referencial Curricular Municipal/Ijuí).

Porém, neste momento atípico, em meio a pandemia, como nutrir uma infância em meio à natureza, com tantas restrições? Então, se não podemos levar as crianças à natureza, tentamos trazer ela para a escola. Assim, das vivências propostas com a temática, algumas delas sugeriram visitas a espaços naturais, para as famílias que optaram pela modalidade de ensino à distância, e na escola, dentro de nossas possibilidades, exploramos de diferentes maneiras: brincamos com árvores, sementes, tocos de madeira, água, barro, fogo, cultivamos plantas, confeccionamos brinquedos com galhos... enfim, com aquilo que estava a nossa disposição.

Porém, duas destas vivências se destacaram: a confecção de bonecos de pau e a brincadeira – de forma segura – com o fogo. Na primeira, as crianças buscaram no pátio da escola galhos de diversos tamanhos e de estrutura compatível com o esquema corporal, depois enrolaram barbante para unir os gravetos e formar os braços e as pernas. Material simples, natural, de fácil acesso e barato. Construir brinquedos é valorizar a simplicidade e a imaginação das crianças: é galho que vira espada, é folha que vira barco, é pau que vira poste... O brinquedo não estruturado pode ser o que a imaginação da criança permitir.

A segunda, foi a construção de uma fogueira, na qual as crianças buscaram galhos, gravetos e folhas secas, e após a fogueira pronta, olhavam com admiração aquele elemento da natureza tão perigoso e ao mesmo tempo tão encantador. Algumas crianças se atreveram a cutucar a fogueira com paus; tudo sob a supervisão das educadoras. “A criança, essa criatura por excelência tátil, tem olhos nas mãos. Só quase sabe ver com as mãos, ver com os olhos não lhe basta.” (Piorski, 2016).

A árvore que está plantada na pracinha da escola também foi a protagonista de muitas aprendizagens ao longo do ano, pois proporcionou às crianças ampliar habilidades corporais das quais algumas tinham medo. Assim, superando desafios, a cada dia, mais e mais crianças conseguiam escalá-la; notável feito, pois seu galho principal já está pendido.

A criança precisa muito mais de escaladas em árvores, banhos de chuva, observar o formato das nuvens, sentir cheiro de mato, ouvir o canto dos pássaros, brincar com galhos e folhas ao brincar com brinquedos industrializados que tem uma finalidade única e nem sempre proporciona a livre imaginação.

Não basta falar sobre plantas, ouvir histórias, desenhar árvores e animais... é preciso contato corporal para sentir, perceber e apreender os sentidos da natureza, e assim poder preservá-la.

Silvana de Carvalho Sippert

Professora da Rede Municipal de Ijuí.  

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