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A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS) comunicou, neste sábado (16/4), a detecção de um caso de recombinação entre as variantes Delta e Ômicron do SARS-CoV-2 (Coronavirus). Trata-se do primeiro caso identificado de recombinação entre duas Variantes de Preocupação (VOC) distintas no Brasil.
A amostra, de uma paciente de Cruz Alta, com data de coleta em 11 de fevereiro, foi sequenciada no Centro Estadual de Vigilância em Saúde, que faz parte da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Após a análise no Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e identificação do caso de recombinação, a amostra foi encaminhada para o Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde foi sequenciada outra vez e apresentou resultado concordante.
A investigação epidemiológica e rastreamento de contatos conduzidos pela Vigilância Estadual e Municipal não identificaram possíveis contatos da paciente, e também não foi identificado histórico de viagem. As amostras de Cruz Alta disponíveis no Laboratório Central (Lacen) foram sequenciadas no CEVS e o resultado não demonstrou a presença de outros casos da linhagem.
A diretora do CEVS, Cynthia Molina Bastos, destaca que equipes técnicas intensificaram os trabalhos para avaliar se trata-se de um caso isolado ou se há uma cadeia de transmissão dessa variante na região. "Seguimos monitorando pois não é possível afirmar se esta combinação é mais transmissível ou os efeitos causados, mas é importante reforçar a importância de hábitos de higienização das mãos e, em caso de sintomas, utilizar máscaras", alerta.
O surgimento de recombinantes pode acontecer quando diferentes variantes do vírus SARS-CoV-2 infectam um mesmo indivíduo simultaneamente, permitindo que essas variantes interajam durante a replicação, misturando assim o seu material genético e formando novas combinações.
Vigilância Genômica
Desde o início de 2021 o CEVS realiza a vigilância genômica das variantes do SARS-CoV-2. O objetivo é obter uma melhor representação da evolução do vírus no território gaúcho. As amostras em que ocorre a detecção do vírus causador da COVID-19 são analisadas por uma RT-PCR adicional, denominada PCR de inferência, na qual são analisadas mutações específicas do vírus capazes de indicar a sua linhagem. Parte dessas amostras são submetidas também ao sequenciamento de genoma completo para confirmação desse resultado.
SES/RS - Neemias Freitas
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