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Júri condena homem acusado de estupro e morte de menina caingangue em Redentora/RS

Dieison Corrêa Zandavalli, 36 anos, acusado pelo estupro e morte de Daiane Griá Sales, em 2021, foi condenado nesta sexta-feira (14) a 36 anos e seis meses de prisão. 

Matéria Publicada em: 14/02/2025
Leitura da sentença e, no detalhe, a vítima. Fotos: Juliano Verardi/DICOM-TJRS e AP

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▶️▶️  Após dois dias de júri no Foro da Comarca de Coronel Bicaco, foi condenado nesta sexta-feira (14/2) Dieison Correa Zandavalli, de 36 anos de idade, acusado de estuprar e matar a menina caingangue Daiane Griá Sales, numa área de lavoura na cidade de Redentora/RS, na madrugada de 1º de agosto de 2021. De acordo com o veredito dos jurados, a juíza presidente do Tribunal, Ezequiela Basso Bernardi Possani, da Vara Judicial local, definiu a pena em 36 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado, com o cumprimento imediato da pena.

A prisão do réu foi mantida. Ele está recolhido no Presídio Estadual de Três Passos. A leitura da sentença pela magistrada foi encerrada às 17h30min, finalizando mais de 20 horas de trabalhos em plenário. Na plateia do Salão do Júri, parentes da menina e do réu acompanharam o ato. Também estavam presentes representantes da comunidade indígena da região e de movimentos sociais.

A condenação é pelos crimes de homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e dissimulação, para assegurar a impunidade de outro crime, e estupro de vulnerável.

No espaço de debates no julgamento, a promotora de Justiça Jaquelini Staub falou aos jurados sobre o exame que detectou material genético (sinais de saliva) do réu na altura do peito da vítima, contrapondo a versão dele de que teria se encontrado com Daiane apenas uma vez, dias antes da data dos fatos. “O tempo degrada essas substâncias, não tem como”, afirmou.

Caso

De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), Daiane Griá Sales foi estrangulada pelo réu e morreu por consequência da asfixia. Ainda segundo a acusação, o réu encontrou com a vítima em uma localidade de Redentora, onde aconteciam bailes. Depois que ela aceitou a carona, que também fora oferecida a outras meninas indígenas, o acusado dirigiu até o local dos crimes.

Sinala a denúncia que a morte teria acontecido na sequência dos atos pelos quais o réu cometeu o crime sexual, aproveitando-se do estado de embriaguez da menina, impossibilitada de reagir, usando de violência, com toques e beijos, apoiando-se sobre ela. O corpo da vítima foi achado mais de três dias depois dos fatos, em um matagal.

Entre as qualificadoras do crime contra a vida, a denúncia indica o desprezo do denunciado para com a população originária Caingangue e seus integrantes (etnofobia, motivo torpe), e o menosprezo e discriminação à condição de mulher da vítima (feminicídio).

TJRS

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