Quando se fala em tipos de câncer, os primeiros que vêm à mente e que mais preocupam a maior parte da população são o câncer de mama e o câncer de próstata.
Mas há um tipo de câncer que figura entre os mais frequentes, mas é bastante esquecido: o câncer colorretal, localizado na parte inferior do trato digestivo.
Todo ano, cerca de 1,4 milhão de casos são diagnosticados em todo o mundo, e aproximadamente 700 mil mortes são associadas a ele.
"O câncer colorretal está aumentando progressivamente. No Brasil, cresce especialmente nas regiões Sul e Sudeste, pois é mais comum em lugares com padrão de vida elevado", afirma o médico endoscopista Giulio Rossini, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. "Hoje, é o terceiro tipo de câncer mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres".
Ele conta que a doença está ligada a dietas pobres em fibras, obesidade, consumo excessivo de carnes processadas e de cigarro, sedentarismo e genética.
Entre os sinais de alerta, o médico cita a alteração no ritmo intestinal, os sangramentos na região e as distensões abdominais.
"É uma doença silenciosa, que exige uma atenção especial na prevenção", diz.
O método mais eficaz para a prevenção e o diagnóstico do câncer colorretal é a colonoscopia. Trata-se de um exame simples, feito com o paciente sedado, por meio de um tubo flexível que é introduzido pelo ânus. Esse tubo é muito pequeno (1,2 cm) e tem uma microcâmera e duas fontes de luz para a visualização do intestino.
Em pacientes que não apresentem fatores de risco, a colonoscopia deve ser feita a cada dez anos, a partir dos 50 anos de idade. Caso o médico que acompanha os exames de rotina do homem ou da mulher note características que exijam uma atenção extra, pode pedir a colonoscopia antes dessa idade ou em um intervalo mais curto.
Conheça os fatores protetores do câncer colorretal
Além da prevenção e da detecção pela colonoscopia, é possível proteger o corpo contra o câncer colorretal por meio da alimentação e de hábitos cotidianos.
Fatores protetores e de que forma eles atuam no organismo.
A prática de exercícios físicos protege o organismo contra o câncer colorretal de duas maneiras: diminuindo a resistência à insulina - que estimula todas as células a crescerem, inclusive as cancerígenas - e liberando endorfina, hormônio que fortalece o sistema imunológico. A população que adota atividades físicas no dia a dia tem 25% menos risco de ter câncer colorretal.
Quanto mais frutas e vegetais estiverem presentes no prato, menos espaço haverá para gorduras e carnes processadas, que aumentam o risco do câncer colorretal.
As fibras dos cereais e de vegetais, como brócolis, couve e espinafre, aceleram o trânsito intestinal e agridem menos as células da mucosa do intestino, diminuindo o risco de desenvolvimento do câncer colorretal.
Oncologistas reconhecem que há controvérsias no consumo desses alimentos. Estudos experimentais mostram que há menos risco de ter câncer colorretal quando se consome leite e seus derivados com frequência, mas a razão desta relação ainda é desconhecida.
Pacientes com doenças metastáticas, como o câncer, apresentam quadros melhores com a vitamina D, provavelmente porque ela diminui as inflamações.
Os níveis adequados de absorção de vitamina D pelo organismo podem vir da combinação entre alimentação balanceada e exposição ao sol ou da suplementação, já que boa parte da população não tem acesso aos banhos de sol diários necessários.
Comer peixe regulamente também contribui para diminuir o risco de ter câncer colorretal. Assim como no caso das frutas e vegetais, não se sabe a quantidade exata, mas associa-se a entrada do peixe à saída da carne processada do prato, uma substituição que só traz benefícios para a saúde de todos.
Pacientes com pólipos que consomem aspirina têm menos risco de desenvolver novos pólipos. Mas atenção: o consumo deste tipo de remédio nunca deve ser feito sem a orientação de um médico.
Redação Minha Vida