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Protagonismo Feminino na Contemporaneidade

Por, Bruna Sinigaglia - Advogada

Matéria Publicada em: 07/03/2019

Século XXI, sociedade pós-moderna, mudanças constantes, evolução em tempos de reconhecimento de diversidades culturais, sociais e políticas. A primeiro vez, parece-nos que os dilemas antigos como o preconceito e a discriminação feminina nos espaços domésticos, sociais e nos ambientes laborais foram superados, porém, infelizmente, ainda que se trate de contemporaneidade, a luta por uma sociedade mais igualitária e fraterna, que reconheça as diferenças de gênero sem excluir, tem sido contínua e imprescindível.

Polemizar questões como a inserção, valorização, proteção e o empoderamento feminino, não são simples “mimimis”, muito menos um sentimentalismo infundado, porquanto representa uma realidade sentida por mulheres de todas as classes, idades, raças e profissões. Longos são os caminhos percorridos pela mulher em busca de igualdade, reconhecimento de suas diferenças e valorização social, familiar e laboral, lutas que se apoiam nos ideais dos movimentos sociais, nas tecnologias, nas mudanças sociais, culturais e econômicas, inauguram uma nova era da emancipação da mulher.

As conquistas femininas são cada dia mais perseptíveis. Hodiernamente, a mulher brasileira tem alcançado diversas carreiras profissionais graças a seu nível educacional, que já chega a ser mais elevado que o dos homens. A inserção da mulher no mercado de trabalho proporcionou muito mais que sua independência financeira, mas principalmente, o descobrimento de uma identidade até então negada pela sociedade e pela própria mulher, revelando que ela possui capacidade para ir além daquilo que estava traçado para sua vida.

Essa era de transformações e consolidação de valores, decorrem do poder que cada mulher enquanto sujeito, possui de fazer suas próprias escolhas, de fazer aquilo que quer e de ser quem ela deseja ser. Empoderar mulheres é o caminho para torná-las protagonistas de sua vida, superando as barreiras culturais e sociais que criam uma série de paradigmas limitadores do poder de decisão da mulher, permitindo com que seus desejos sejam primordiais na construção de suas escolhas.

Todos os anos no dia 08 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher, cuja data nos remete a relembrar o protagonismo de inúmeras mulheres que empoderaram-se e saíram em busca de igualdade, de direitos sociais, políticos e trabalhistas, de educação formal e do reconhecimento enquanto ser humano, visto que a mulher era tratada como uma mera “sombra do homem”. As várias conquistas que vivenciamos na atualidade, nasceram da perseverança e coragem de nossas ancestrais e compete a nós, enquanto mulheres empoderadas da contemporaneidade, darmos continuidade a efetivação de direitos já alcançados e a implementação de novas garantias.

A fragilidade feminina está sendo superada à medida que a mulher reconhece seu poder. Nessa nova fase, as tarefas domésticas, ofício milenar atribuído como única ocupação feiminina, é substituído por múltiplos papéis. Apesar disso, não significa que a mulher moderna abandonou as velhas funções de mãe e esposa, o que acontece, é que elas não são mais exclusivas. Inclusive, a maternidade sofreu modificações. Não estamos dizendo que o modelo de boa mãe tenha deixado de existir, mas ser mãe não é mais uma imposição à mulher e, sim, uma escolha que ela faz sobre seu corpo e seu futuro.

Hodiernamente, a mulher brasileira tem alcançado diversas carreiras profissionais graças a seu nível educacional, que já chega a ser mais elevado que o dos homens. A inserção da mulher no mercado de trabalho proporcionou muito mais que sua independência financeira, mas principalmente, o descobrimento de uma identidade até então negada pela sociedade e pela própria mulher, revelando que ela possui capacidade para ir além daquilo que estava traçado para sua vida.

A mulher da sociedade contemporânea é aquela que tem voz, tem autonomia, tem liberdade, aquela que se dedica ao seu trabalho e, quando volta para casa, dedica-se na mesma intensidade a seus afazes domésticos de mãe e esposa. A evolução da identidade feminina e de seus papéis é um processo em constante mutação, pois, conforme já dizia Beauvoir, “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Essa expressão confirma o entendimento de que a própria mulher é um sujeito em construção, ela não está condicionada aos papéis que a sociedade lhe impõe, é livre para construir sua história de acordo com seus desejos e aspirações, ou seja, a mulher da contemporaneidade passou a ser responsável pela elaboração de sua identidade feminina.

Bruna Sinigaglia

Advogada inscrita na OAB/RS. Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (Unicruz). Graduada em Direito, especialista em Gestão e Legislação Trabalhista – FEMA. Docente no curso de Engenharia de Produção na SETREM. E-mail: brunasinigaglia@hotmail.com.

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