O dia 1º de abril é considerado em vários países ocidentais como o Dia da mentira, uma data em que muitos se aproveitam para “pregar uma peça” em amigos ou mesmo em desconhecidos. Mas como essa data teve origem? E por que ela ocorre justamente em 1º de abril?
Mudança do calendário e as origens do Dia da Mentira, ou “Dia de todos os tolos”
As origens do Dia da Mentira não são plenamente exatas, mas é certo que remontam à França da segunda metade do século XVI. Em 1564, o rei francês Carlos IX tornou oficial nos domínios de seu reinado o novo calendário, definido durante o Concílio de Trento (1545 a 1563). Esse novo calendário ficou conhecido como calendário gregoriano por ter sido proposto pelo Papa Gregório XIII. O calendário gregoriano substituiu o calendário juliano (proposto por Júlio César no século I a.C.), provocando alterações fundamentais, como a mudança de datas comemorativas.
O Ano Novo, por exemplo, era comemorado, no calendário juliano, sempre em 25 de março, quando se iniciava a Primavera no Hemisfério Norte. As comemorações duravam cerca de uma semana, finalizando-se no dia 1º de abril. O calendário gregoriano mudou a comemoração dessa data para o dia 1º de janeiro – vigente até hoje. Carlos IX, sendo o primeiro a adotar o calendário, provocou uma mudança nos hábitos de seus súditos. Grande parte dos franceses, após 1564, ainda comemorava o Ano Novo na passagem do mês de março para o mês de abril. Aqueles que sabiam que o calendário antigo havia sido revogado começaram a zombar dos desavisados, chamando-os de tolos e acusando-os de comemorarem de forma mentirosa a passagem do ano.
O último dia da antiga comemoração, o dia 1º de abril, ficou marcado então como o “Dia da mentira”, isto é, da “comemoração mentirosa da passagem do ano”. Em 1582, o Papa Gregório XIII publicou a bula Inter gravissimas, que instituiu oficialmente o novo calendário em todos os países católicos. Esse fato contribuiu para que o Dia da mentira se propagasse para outras regiões além da França, tornando-se popular em todo o mundo ocidental.
Por, Me. Cláudio Fernandes
Brasil Escola