Quando usados moderadamente e com critérios de escolhas adequados à idade os jogos eletrônicos oferecem momentos de diversão para crianças e adolescentes. Eles podem até mesmo auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico. Porém quando usados de forma excessiva e sem controle dos pais podem ser prejudiciais à saúde e ao desenvolvimento da aprendizagem.
Recebemos crianças com dificuldades de aprendizagem, que após a avaliação das causas, sinalizam entre elas o excesso de jogos na sua rotina diária, surpreendendo pelo envolvimento obsessivo por personagens cujas atitudes e valores nada acrescentam de positivo em seu desenvolvimento cognitivo e moral, pelo contrário estão sendo lesados pelos malefícios que isso lhes proporciona.
Ultrapassar o tempo de duas horas diárias traz como consequência a desatenção com a realidade, a desconcentração, a falta de responsabilidade com as tarefas escolares e familiares, dificuldades com a aprendizagem na escola, e em alguns casos mais preocupantes o culto à violência.
A falta da atividade física, o ficar horas na mesma posição, acarreta em consequências como obesidade, tônus muscular comprometido, prejuízos oculares, como olho seco, síndrome que se desenvolve com a falta de lubrificação, que pode levar a uma irritação semelhante à conjuntivite quando os olhos podem ficar secos, vermelhos e inflamados.
Também pode ocorrer a perda da audição pela utilização de fones de ouvido em volume muito alto e pelo tempo exagerado de uso.
Podemos também atribuir ao longo tempo de permanência imóvel na frente de um aparelho eletrônico, sem pausas de alongamento, problemas graves de coluna, comprometendo o desenvolvimento físico.
A responsabilidade dos pais, comprometidos com o crescimento cognitivo, emocional e físico de seus filhos é observar e controlar o tempo, os assuntos, e as pessoas com as quais eles possam se envolver nesta imersão desenfreada aos jogos eletrônicos, trazendo consequências muito sérias.
A observação diária dos pais em relação ao uso do tempo de seus filhos é uma forma de afeto e uma maneira de prevenir que toda uma geração seja comprometida em seu desenvolvimento emocional, intelectual, mental e físico.
Liane Comerlato - Neuropsicopedagoga/ Psicopedagoga Clínica
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