Muitos pais ficam muito angustiados com a expectativa de que os seus filhos estejam aptos a aprender a ler e escrever e ainda não o fazem.
Estar apto para a alfabetização depende do desenvolvimento motor e cognitivo. A orientação temporal e espacial, conceitos como grosso e fino, em cima e embaixo, largo e estreito, direita e esquerda são adquiridos antes da leitura e da escrita.
Esse desenvolvimento não depende apenas da maturidade, mas também de estímulos e da interação com os pais, que devem ser os primeiros a incentivar, motivar e apoiar.
A habilidade de segurar um lápis, por exemplo, exige maturação do sistema nervoso central. Escrever passa por etapas que começam com o desenho, depois com a noção de que existem letras e que elas têm função de escrita, até chegar à compreensão de que a escrita representa os sons da língua.
O desenvolvimento da escrita passa primeiro pelos sons, pelas imagens e principalmente pela oralidade. As famílias precisam desligar os aparelhos eletrônicos e conversar mais com seus filhos, pois quando estes são incentivados a falar, se expressar, narrar histórias, o processo de alfabetização fica facilitado.
Há um consenso entre as culturas de países subdesenvolvidos e desenvolvidos que a alfabetização ocorra por volta dos seis ou sete anos. Crianças com pais e professores que dão incentivo precoce à leitura, e que colocam a sua disposição títulos literários costumam fazê-los mergulhar no processo de forma tranquila.
Mas nem sempre a alfabetização ocorre conforme o esperado, mesmo concebendo a ideia de que toda criança tem naturalmente o seu tempo para despertar. Em alguns casos, quando são percebidas dificuldades, sugere-se avaliações diagnósticas para verificar seu desenvolvimento cognitivo, seu estágio psicomotor, sua maturidade emocional, definindo dessa forma os caminhos para seu aprendizado.
Não há uma idade certa, mas um período específico em que a criança manifesta o desejo evidente de realizar e compreender a estruturação da leitura e da escrita, a fim de inserir-se no processo de alfabetização, e este pode ser desenvolvido dentro de seu ritmo e de sua realidade para sua completa interação com o meio.
Liane Maria Fiorim Comerlato
Professora com formação em Letras/ Especialista em Gestão Escolar e Psicopedagogia.
Psicopedagoga/Docente especialista - Psicoclínica
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